Giotto de Bondone, ou simplesmente Giotto, (1267-1337) foi (ou é?) um artista importante para percebermos a transição entre a arte medieval e a arte renascentista. Ele ainda guarda um pouco da concepção de arte da Idade Média, mas já apresenta fortes características da arte do Renascimento, em especial o Renascimento italiano, pautado no uso realista da anatomia, proporção, luz e sombra, composição e perspectiva. A arte do Renascimento também diversificou a temática, fazendo retratos sob encomenda e obras baseadas na mitologia grega e romana, não se restringindo apenas à arte sacra (arte religiosa) católica.
Um observador atual pode achar estranho quando se diz que a arte de Giotto se destaca pelo “realismo”. Isso acontece porque, desde Giotto, já se passaram mais de 700 anos e, nesse grande intervalo de tempo, acostumamo-nos com pinturas que aprimoraram ao extremo a ilusão de realismo. Tanto que, hoje, podemos ver trabalhos que são tão ou mais “reais” do que as próprias fotografias ou figuras que serviram de modelo. Por isso é importante conhecer a arte da Idade Média, que, por séculos, literalmente “fugia” da representação realista.
Com esse referencial, podemos reconhecer a dimensão da ruptura que artistas como Giotto empreenderam no século 14.
Com o Renascimento, assistimos ao processo de decadência política e econômica da antiga nobreza medieval e o grande empoderamento de uma nova classe social, formada por mercadores, negociantes e banqueiros (classe que posteriormente seria chamada de burguesia). Essa burguesia, no entanto, era vista pela sociedade conservadora como detentora apenas do poder financeiro, sendo despida de uma nobreza “de nascença”. Para contrariar essa visão, a burguesia passou a ser a grande financiadora das artes, das ciências e da filosofia, reunindo e disputando entre si nomes consagrados como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Botticelli, entre outros de várias áreas do conhecimento.
Mas isto já é conversa para outro post…
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