A seguir reproduzo um trecho da entrevista que o Professor John Maeda, presidente da Escola de Design de Rhode Island (EUA), considerado pela revista “Esquire” como uma das 75 pessoas mais influentes deste século, concedeu à Gabriela Bazzo, da Folha de São Paulo, no último dia 3 de novembro.
Achei muito interessante pois, para Maeda, que já lecionou no MIT, “o mundo pede hoje líderes criativos, que não temam o ‘fracasso produtivo’, que tenham visão e que assumam riscos.”
Isso é basicamente o que eu abordo em meu livro “O artista, o executivo e o sorveteiro” e o que acredito como forte tendência para os próximos anos.
Trecho da entrevista:
“Folha – Quais são as características ideais de um líder?
John Maeda – Na economia global contemporânea, as únicas constantes que os líderes encaram são a volatilidade e a complexidade. A perspectiva natural de artistas e designers -que se desenvolvem na ambiguidade – se tornou vital para os líderes. O novo tipo de liderança hoje em dia é a criativa.
Eu acredito que a liderança criativa é o que precisamos buscar atualmente. As características mais importantes desse tipo de modelo são: liderar pela inspiração, não pelo medo, pela criação de redes de contato, e não pela hierarquia, e pela experimentação e pela iteração, em vez da finalização.
Qual a importância de combinar técnica e sensibilidade? Como isso impacta grandes empresas?
Artistas e designers, em parceria com aqueles que desenvolvem soluções técnicas e científicas, são os únicos que podem responder questões profundas, humanizar o problema e criar respostas compatíveis com nossos valores. E é isso que irá nos mover para a frente. Mais do que nunca, nós precisamos de uma conexão com o consumidor como ser humano. Isso começa quando fundimos esse processo com a arte, o design e o pensamento crítico. O sucesso de empresas como o AirBnb (site para aluguel de hospedagens) evidencia como uma experiência bem desenhada é o que faz o sucesso de uma companhia nos dias de hoje.
Quais são os exemplos de benefícios gerados pela integração da ciência e das artes no mercado?
Os artistas e os cientistas tendem a encarar os problemas com mente aberta e inquietude. E ambos não temem o desconhecido, preferindo dar saltos, em vez de passos consecutivos. Eles se tornam parceiros naturais. Com esse pensamento complementar, há um grande potencial quando eles colaboram de forma contrabalançada, gerando resultados inesperados, que podem ser muito mais valiosos do que quando esses profissionais trabalham separados.
Alguns dos novos e mais poderosos produtos no mercado americano vêm da combinação entre design e tecnologia. A arte e o design são responsáveis por realmente promover inovação e, portanto, negócios de sucesso no século 21.”
Fonte: Site Folha de São Paulo
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